Com uma iniciativa inédita, o Fundo Emergencial para a Sanidade Animal de Goiás – Fundepec-GO, reuniu recentemente em sua sede no Setor Leste Universitário em Goiânia, líderes que representam expressivos seguimentos do Agronegócio no Estado de Goiás, tanto produtores quanto indústrias e técnicos. Na pauta, diversos assuntos, principalmente os entraves e outras dificuldades que esses seguimentos encontram para o cumprimento da legislação ambiental goiana. A FAEG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, através de seu vice-presidente Eduardo Veras, teve papel fundamental também nas articulações para que o evento acontecesse.
Visando sanar dúvidas, a dirigente máxima da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis e assessoria se fizeram presentes. Trata-se de uma iniciativa que, pela primeira vez, aconteceu em Goiás e os resultados alcançados foram considerados ótimos. Ficou acertado que outras reuniões serão doravante realizadas, buscado sugestões de todos os interessados ou seja, produtores, industriais, técnicos e a SEMAD-GO.
Inicialmente, o presidente do Fundepec-Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima fez uma explanação sobre a iniciativa do Fundepec e o que essa entidade representa hoje. Em se tratando de Fundo Emergencial para Sanidade Animal, o Fundepec-Goiás é o segundo maior do mundo.
No Brasil, além de ser o maior, o Fundo é também o pioneiro e serviu de modelo para a criação de similares; uma exigência da Organização Mundial de Saúde Animal – OMSA. Esse tipo de Fundo criado com as contribuições dos pecuaristas, serve para indenizar os que tiverem problemas com as chamadas doenças de notificação obrigatória. No Brasil, hoje são cerca de 18 Fundos com esse objetivo.
Antônio Flávio enfatizou que a presença dessas lideranças e de representantes do governo do Estado na reunião, é um sinal de maturidade para as discussões de um problema atual e sério como é o meio ambiente e suas especificidades envolvendo legislação, principalmente. “Somente com a união da iniciativa privada e do governo é que podemos somar esforços para a resolução de questões dessa natureza,” – pontuou Antônio Flávio.
O Fundepec-Goiás tem muito interesse em trazer esse tipo de questão para a mesa de discussão, porque são oito as entidades que o compõem: Associação Goiana dos Criadores de Zebu – AGCZ; Associação Goiana de Avicultura – AGA; Associação Goiana dos Criadores de Suínos – AGS; Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura – SGPA; Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás – FAEG; Sindicato e Organização das Cooperativas de Goiás – OCB; Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás – Sindileite e Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás – Sindicarne. Essas entidades estão entre as mais representativas do agronegócio do estado e todas as suas atividades envolvem questões ligadas ao meio ambiente, – entende Antônio Flávio.
Ainda em sua fala, Antônio Flávio Camilo de Lima destacou que o Fundepec-Goiás, apesar de sua robustez financeira e administrativa, enfrentou nos últimos anos uma série de dificuldades no que tange a arrecadações ou seja, as contribuições por parte dos pecuaristas.
O Fundo congrega os pecuaristas ligados a suinocultura, avicultura, bovinocultura. 0 Fundepec-Goiás tem suporte financeiro capaz de enfrentar eventos sanitários de proporções, em um prazo de 24 horas, desempenhando as ações que lhe são inerentes, uma delas a de Fundo Indenizatório. Portanto, a entidade tem uma estrutura de informações, capaz de colocar em prática, esse processo de enfrentamento dessas doenças e indenização dos pecuaristas de forma rápida, ressaltando que no caso de um evento sanitário por força das chamadas doenças de notificação obrigatória, somente os reais contribuintes é que serão contemplados. Para Flávio, defesa boa é a que tem agilidade.
O presidente do Fundepec-Goiás ponderou ainda que no Estado de Goiás, existem hoje cerca de 160.335 mil propriedades rurais sendo 142.792 produtores rurais e isso implica em uma demanda muito grande envolvendo as questões ambientais. Daí, a necessidade de se buscar mais informações por parte dos produtores para que esses e o próprio Estado, não venham num futuro não muito distante, encontrar severas barreiras sanitárias e legislativas.
Finalizou Antônio Flávio salientando que o Fundepec-Goiás está atuando no sentido de aglutinar esforços para a implantação em Goiás, de um arrojado projeto de rastreabilidade no setor pecuário, que visa identificar animal por animal e toda a sua trajetória desde o nascimento até o mercado final. – “Uma aftosa por exemplo, prejudica não só a pecuária bem como a agricultura a qual, também sofrerá sanções do mercado,”- disse.
Outro projeto a ser capitaneado pelo Fundepec-Goiás, será o combate sistemático contra a tuberculose e a brucelose bovinas, cuja incidência atual é preocupante e as atuais exigências dos mercados local, nacional e internacional em algum momento, podem impor suas barreiras comerciais.
Fala da Secretária
A Secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis disse que sua pasta ao longo dos últimos anos, tem se empenhado buscando modernizar o seu sistema de atendimento às demandas. Ela entende que as dificuldades ainda são enormes porque os produtores, principalmente os pequenos e médios, ainda não recebem as informações adequadas para a formulação de processos de qualquer natureza, no sentido de se adequarem à legislação ambiental pertinente.
Ela reconheceu que há muitas questões a serem repassadas para o produtor, até mesmo no que se refere à procura de profissionais qualificados para assessorar esse mesmo produtor. Tanto assim, que a partir do próximo dia 7 de julho, a Secretaria de Meio Ambiente vai colocar em seu portal, uma lista dos consultores que atuam no assessoramento aos produtores e o hanking de cada um desses profissionais. Salientou a Secretária que esse sistema não tem o objetivo de indicar esse ou aquele profissional. Apenas indica seu perfil, sua atuação e suas demandas já consumadas.
Andréa Vulcanis disse que a Secretaria tem trabalhado muito para facilitar a vida do produtor rural. Como exemplo, citou que antes de sua administração, eram cerca de seissentas as exigências ambientais ligadas a algum negócio a ser implantado por parte do interessado. Essas exigências somam hoje cerca de duzentas e que a SEMAD tem buscado atender o mais rápido possível as demandas que a ela são submetidas.
Sobre a condição atual do Estado no contexto nacional no quesito meio ambiente, Goiás em toda a sua história, só tem desmatado no bioma cerrado, apenas 7,5% englobando todo esse bioma brasileiro e que é preciso um trabalho gigantesco para combater as críticas improcedentes em relação ao nosso Estado no que se refere à proteção também do cerrado. O mesmo acontece com o resto do Brasil que sofre narrativas inverídicas de ONGs internacionais, com interesses escusos. “Precisamos unir esforços governo e iniciativa privada, no sentido de combater narrativas criadas em desfavor de nosso País e de nosso Estado, “- finalizou.
Próximos passos
Durante o evento na sede do Fundepec-Goiás, grande maioria dos presentes fez uso da palavra, elogiando a iniciativa do Fundo e o interesse da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em se dispor a conversar com os seguimentos do agronegócio goiano. A maioria concordou que novos encontros nesse sentido deverão ser realizados. O próprio presidente do Fundepec-Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima ofereceu a sede da entidade para novos encontros.
No final ficou decidido que a AGOPA – Associação Goiana dos Produtores de Algodão, que tem na presidência Haroldo Rodrigues da Cunha, deverá trazer para o encontro, dados substanciais que a entidade tem desenvolvido no sentido de cumprir as legislações sobre meio ambiente e suas demandas. A cotonicultura é uma das iniciativas mais organizadas do País. Essas experiências deverão servir de base para outros líderes que por certo, buscarão sanar suas dúvidas na próxima reunião.
A lista de presentes nesse primeiro encontro realizado no Fundepec-Goiás, contou com trinta e duas pessoas da iniciativa privada, entidades de classe e governo do Estado. Estiveram presentes representantes da Assocon (Confinadores); Faeg; Senar; Irrigo; OCB-GO; Semad-GO; Aprosoja; Grupo do Boi; Select Sires Beef; Grupo FRC; AGOPA; Sindicarne; Sindileite; Laticínios JL; Fundepec-Goiás; AGCZ, (Criadores de Zebu), AGA, (Avicultores); AGS (Suinocultores); Instituto Goiano de Agricultura, Sindicato Rural de Cristalina, Sindicato Rural de Porangatu e outros.
Texto – Imprensa Fundepec-Goiás
Fotos: Fredox Carvalho