Criado em 1997, o Fundo Emergencial para a Sanidade Animal de Goiás, completa 27 anos. Foi o primeiro Fundo Emergencial instituído no Brasil e serviu de modelo para outros fundos em vários estados. Hoje são 18. O Fundo Emergencial visa dar segurança ao pecuarista no caso de prejuízos com as chamadas doenças de notificação obrigatória quando o órgão oficial do governo faz o abate sanitário de rebanhos contaminados por essas doenças, uma delas a febre aftosa. O Fundepec-Goiás surgiu através de doações espontâneas dos pecuaristas. É o Fundo mais robusto do Brasil e o segundo maior do mundo, perdendo apenas para um similar na Austrália.
Ao longo de sua história, o Fundepec-Goiás tem se pautado com diversas ações. Uma delas é a histórica parceria com a Agrodefesa no combate a diversas doenças e os resultados são palpáveis. A aftosa por exemplo, já é considerada erradicada no estado. Há 29 anos que não se registra qualquer foco dessa doença em Goiás que hoje é considerado área livre de aftosa sem vacinação. Faltando tão somente o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal, quando Goiás alcançará um status ainda mais importante. Uma das ferramentas proporcionadas pelo Fundepec e usada pela Agrodefesa foi a doação, em 2005 de 85 veículos novos em regime de comodato, para as ações sanitárias do órgão estadual.
No caso do Brasil, segundo o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, até 2026, todos os estados da Federação deverão alcançar esse patamar ou seja, livres da doença sem vacinação. Ao longo de sua história, o Fundepec tem se desdobrado no sentido de ajudar no melhoramento da sanidade animal de nossos rebanhos. Uma das ajudas do Fundepec-Goiás foi para a implantação do Sisbravet – Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias, do Ministério da Agricultura que estava em fase final e com a mudança de governo federa, sofreu uma paralisação. Com a ajuda financeira do Fundepec em 2019, o Sisbravet entrou em operação em 2020.
Novo trabalho do Fundepec
Com a erradicação da febre aftosa no estado, o Fundepec definiu outras metas em favor da pecuária. Num primeiro momento, será o incentivo à rastreabilidade na pecuária hoje uma exigência mundial para quem quer participar do mercado de fornecimento de proteína animal. Nesse sentido, o Fundepec-Goiás vem se articulando. Recentemente o diretor técnico da entidade, Antônio Flávio Camilo de Lima esteve no México representando Goiás e o Brasil num evento sobre rastreabilidade e identificação animal. Vários países das Américas do Sul e Central, além de outros convidados, se fizeram presentes discutindo ações nesse sentido.
Com uma série de informações o diretor técnico do Fundepec, tem feito relatos importantes sobre o que se discutiu no México. Um desses relatos aconteceu ontem em Goiânia na sede da ADIAL- Associação Pro-desenvolvimento Industrial de Goiás com as presenças de lideranças empresariais e do governo do estado, além do Ministério da Agricultura e Pecuária que fez uma exposição sobre o sistema de informação do governo federal – Serpro, também como ferramenta para que os estados possam utilizar na implantação de seus programas de vigilância sanitária, saúde animal e até o projeto de rastreabilidade. Na opinião de muitos representantes goianos, a implantação do sistema de rastreabilidade animal tem que ter a coordenação do governo federal para seu melhor desempenho.

Sobre a importância da rastreabilidade falou também o Diretor Executivo do Fundepec, médico veterinário Uacir Bernardes. Ele enfatizou que esse processo é necessário principalmente porque o Brasil tem mais de 200 milhões de bovinos e quando o nosso País tiver todo esse rebanho totalmente rastreado, pode virar “vidraças” por parte de países concorrentes que alimentam narrativas negativas contra o Brasil.

Outro que falou foi o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás – Sindicarne, Leandro Stival. Para ele, a rastreabilidade é mais que fundamental para que nossas indústrias tenham maior acesso aos mercados internacionais. Sem esse processo, as dificuldades aumentam mais para quem produz e exporta proteína animal.
Neste evento da ADIAL provocado pelo AGREGO Bovinos, o Fundepec-Goiás foi palco das atenções, tendo em vista sua histórica atuação ao longo dos anos, em prol da qualidade sanitária de nossos rebanhos. Sobre essa questão, o presidente do Fundepec-Goiás, médico veterinário Alfredo Luiz Correia, destacou que o Fundo tem pela frente, importantes metas a serem cumpridas em prol da qualidade sanitária de nossos rebanhos como combate à brucelose e à tuberculose bovinas e a implantação do sistema de rastreabilidade.

O presidente Alfredo Luiz Correia, evidenciou outras metas do Fundo como um trabalho que está sendo feito pela Universidade de São Paulo – USP em relação aos impactos do possível ressurgimento da febre aftosa no estado. Esse estudo da USP dará uma visão ampla das medidas a serem tomadas para que a doença seja efetivamente dominada com ações específicas. Em relação a brucelose, o Fundepec encomendou também uma pesquisa que já foi concluída pelo IEL- Instituto Euvaldo Lodi junto aos pecuaristas, com questões sobre vacinação. Com esses dados, o Fundo vai lançar uma intensa campanha contra a doença no estado. Enfim, o Fundo vai mudando seu perfil de ações em favor da pecuária e a meta é também evidenciar junto à comunidade, esse trabalho que o Fundepec-Goiás vem realizando ao longo de sua história. No evento dessa última quinta-feira na ADIAL, vários depoimentos foram colhidos, enaltecendo as ações da entidade.
Texto: Imprensa Fundepec-Goiás
Fotos: Celeiro Comunicações