Dentre todos os recursos e fatores necessários para a produção de suínos, o consumo de ração certamente ocupa posição de grande destaque. E isso se deve em razão de dois motivos:
- Os suínos precisam de consumo de ração em quantidade e em qualidade adequadas para que possam expressar seu potencial genético de desempenho, traduzido em eficiência alimentar e ganho de peso;
- A alimentação é o item de maior representatividade na composição do custo de produção, contribuindo com 60 a 80% do custo, dependendo do tipo de sistema (ciclo completo ou não) e do preço dos insumos, principalmente milho/sorgo e farelo de soja.
Considerando a relevância da alimentação para os suínos, é interessante entender como se distribui o consumo de ração e o custo das rações nas fases da produção, a fim de se definir possibilidades de estratégia para melhorar o aproveitamento desse recurso.
Tomando como exemplo uma produção de ciclo completo com venda de cevados para abate com média de 130 kg e 161 dias de idade, a quantidade total mensal de ração consumida na granja se distribui, em média, da seguinte forma: em torno de 11% na creche, 12% na reprodução, 29% na recria e 48% na terminação (Gráfico 1).
Em termos de custo, que corresponde à ponderação entre quantidade de ração consumida e os preços das rações, o comportamento da distribuição ao longo das fases é muito similar ao da quantidade, com a creche, a reprodução, a recria e a terminação representando, respectivamente, 11%, 12%, 28% e 44% (Gráfico 2).
Por essa análise, fica claro que, embora o consumo adequado de ração seja importante em todas as fases, é na recria e terminação que se concentram as maiores oportunidades.
Ações bem realizadas quanto à gestão do consumo têm consequências positivas sobre o desempenho dos animais, a eficiência de produção e a rentabilidade da atividade, dado o impacto que essas fases têm na quantidade e no custo com alimentação. Pelo mesmo motivo, o contrário é verdadeiro: quaisquer deslizes de manejo alimentar, por menores que sejam, geram impactos negativos. Assim, a gestão do consumo pode representar o diferencial zootécnico e principalmente econômico dos sistemas de produção que a adotam em relação a seus pares que não têm o mesmo controle sobre o consumo e o desempenho dos seus lotes de suínos.
A Agroceres Multimix atua juntos aos seus clientes e parceiros no diagnóstico de oportunidades de melhoria, na modelagem do desempenho e no desenvolvimento e implementação de curvas de alimentação específicas para cada sistema de produção, com resultados expressivos em ganho de peso e principalmente em eficiência alimentar. Esses resultados se traduzem em ganhos financeiros advindos da redução do desperdício e do atendimento mais preciso da exigência dos animais.
Além disso, os benefícios se estendem além da granja para a fábrica de ração. O estabelecimento e o alinhamento das curvas de consumo com o fluxo dos lotes de animais permitem à fábrica enxergar com maior clareza e previsibilidade a demanda semanal de produção das rações, de acordo com a necessidade dos lotes, o que proporciona melhor organização da rotina de produção, de limpeza e de manutenção, além da melhor previsão de necessidade de compra e de estoque de insumos. Isso proporciona às fábricas se organizarem para investir em qualidade de produção das rações e em redução dos tempos perdidos com a falta de planejamento da produção, otimizando o uso dos equipamentos e da mão-de-obra disponível.
Conclusão
Sendo a alimentação o principal item do custo de produção de suínos e fundamental para os animais desempenharem seu potencial produtivo, a gestão do consumo é extremamente importante para o alcance dos resultados zootécnicos e econômicos. Curvas de consumo bem desenhadas para cada sistema de produção são ferramentas importantes para a gestão desse processo, gerando elevação dos resultados zootécnicos, redução dos custos e aumento da eficiência e da rentabilidade.
http://www.agroceresmultimix.com.br
Anália Ribeiro é nutricionista de suínos na Agroceres Multimix.
https://agroceresmultimix.com.br/blog/consumo-de-racao-e-curvas-de-alimentacao/